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A Ku Klux Klan tencionava ser um partido reconhecido, contrário a integração dos negros na sociedade americana. Quando surgiu, a sociedade funcionava como uma espécie de Clube ou Irmandade que congregava os brancos e protestantes do sul do país. Com o passar do tempo se converteu em um movimento radical e violento.
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As roupas serviam não apenas para ocultar a identidade dos indivíduos, mas para intimidar a população supersticiosa das áreas rurais onde a Klan era mais forte. Muitos acreditavam que as figuras de branco eram fantasmas de soldados confederados mortos durante a Guerra Civil que voltavam do além. Os membros da Klan incentivavam esse pensamento e criavam uma aura sobrenatural para aterrorizar seus inimigos. Algumas cerimônias da KKK incorporavam aspectos de ocultismo e simbologia trazida das ordens de cavalaria medieval.
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Os "Cavaleiros da Klan", constituíam a linha de frente da Sociedade. Eles se envolviam em ações violentas tendo como alvo qualquer um que contrariasse sua visão distorcida. A Irmandade incentivava o uso de armas para defender seu ponto de vista: na cerimônia de aceitação de novos membros, estes recebiam além do manto cerimonial, uma arma de fogo e treinamento em seu uso. Na ocasião também prestavam o juramento de que aquela arma seria usada contra qualquer um que ousasse desafiar a Ku Klux Klan.
Os membros mais ativos levavam esse juramento solene à sério. Queimavam cruzes e perseguiam avidamente os chamados inimigos da raça branca. Em casos mais extremos organizavam linchamentos, plantavam bombas e ateavam fogo em prédios governamentais.
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A influência da Klan era tamanha que em 1922, o Governador da Louisiana, John Parker, afirmou que seus telefones haviam sido grampeados e que sua correspondência era frequentemente aberta por seguidores fiéis à Klan. Funcionários públicos, xerifes e policiais eram parte da sociedade e faziam vista grossa para seu estilo de justiça, chamado no sul de "justiça vigilante". Esse estilo de justiça pelas próprias mãos se amparava no que os extremistas chamavam de "direito divino do homem branco de obter justiça quando a lei falhava em provê-la". Segundo eles o governo federal era corrupto e infiltrado por inimigos da Klan o que justificava suas ações. Na verdade a justiça vigilante era uma forma de exercer o poder pela força da forma que a Klan bem quisesse.
Donos de terras e comerciantes eram intimidados a não fazer negócios com negros ou judeus, caso contrário suas propriedades poderiam sofrer as consequências. Mulheres transgressoras - aquelas que saíam sozinhas ou pregavam a igualdade - eram agredidas e tinham os cabelos raspados. Sindicalistas eram agredidos e coagidos. Jornais liberais que se colocavam contra os interesses da Klan eram bombardeados e seus responsáveis amarrados em trilhos de trens ou mergulhados em tonéis de piche. Não havia limites para os desmandos.
Em um dos mais tenebrosos exemplos de abuso, membros da Klan compravam prisioneiros negros das penitenciárias estaduais e os forçavam a escravidão em fazendas e plantações, matando-os quando sua utilidade terminava.
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Nos estados do Sul, o preconceito racial vigorou até meados da década de 60. Negros eram abertamente marginalizados e proibidos de utilizar certos serviços ou transitar em áreas "só para os brancos". A política de descriminação chamada de Jim Crow vedava o acesso de negros a hotéis, bibliotecas, cinemas, teatros, restaurantes, hospitais e escolas. Presídios, transportes públicos, bebedouros e banheiros eram separados. Miscigenação constituía um tabu social e um dos maiores pecados que poderia ser cometido, a lei da Louisiana proibia a união civil entre pessoas de diferentes raças. Nem todas, mas a grande maioria dessas leis decorria da influência da Klan. Acima da força da lei, a pressão social era muito forte. Aqueles que ficavam contra o status quo eram marginalizados, excluídos e em casos mais extremos simplesmente desapareciam.
De fato, a única parte da Louisiana que estava livre das ações da KKK era a cidade predominantemente católica de Nova Orleans. A população local era abertamente hostil a Irmandade e os consideravam "caipiras ignorantes". Mas mesmo em menor número, a Klan estava presente na cidade, agindo nas sombras para atingir seus alvos costumeiros. A Universidade de Notre Dame foi atacada em 1925 por membros da Klan vestindo os trajes cerimoniais e a capela da Universidade católica foi destruída. Em 1926 a Klan tentou se infiltrar em um julgamento de assassinato para capturar o acusado, um imigrante irlandês, que por pouco não foi linchado.
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Na década de 60, os movimentos sociais pela igualdade racial incentivados pela administração Kennedy serviram como estopim para reativar a Klan. A Irmandade recrutou agitadores e partidários, mas sem um gabinete central foi facilmente desarticulada pelos federais.
Hoje a KKK atua de forma clandestina e seus agentes são bem mais discretos e cuidadosos, isso não significa que ela tenha desaparecido. Em absoluto, preconceito e ódio racial infelizmente são uma parte vergonhosa da natureza humana, uma que anda de mãos dadas com a ignorância.
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